quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

A graça das coisas

Vivemos num mundo tão sério, sempre rodeados de notícias importantes sobre economia, clima, segurança, política, sempre tão envolvidos em nossos trabalhos e rotinas que esquecemos de rir.
Rir de nós. Rir de nossos erros. Achar graça em algumas pequenas travessuras dos filhos ao invés de sempre repreendê-los com rigor (isso deve ser feito sim, não estou dizendo que não devemos corrigir os filhos, mas precisamos mesmo brigar e colocar de castigo sempre?), achar graça quando o carro estraga no meio de um passeio, forçando a volta pra casa e tantas outras situações que levamos sempre tão a sério. Quem nunca ouviu aquela frase "quanto mais tu te incomoda com o apelido, mais ele pega". Com os problemas é bem assim também. Quanto mais os valorizamos, piores eles ficam. Tornam-se maiores do que devem.

E se quando você ver sua filha ou filho espalhando seu creme de rosto caro pela janela da sala (aconteceu comigo) vc rir, explicar que é errado, mas não se estressar tanto. Tentar ver as situações com mais leveza. Neste caso do creme, por exemplo, minha filha achou que estava fazendo uma grande coisa! e já tinha passado nela mesma e na boneca que estava com ela.. E ainda olhava e apontava pra janela da sala dizendo: "papai, arte eu fiz".. como não rir..

Somos criados para sermos sérios e levar tudo a sério. As exigências de nosso mundo são tantas. Desde cedo criamos nossos filhos e fomos criados para sermos os melhores. Para isso os colocamos nas melhores escolas, em várias atividades extras, garantindo que eles aprendam de tudo e assim, tenham as melhores oportunidades no futuro. Mas esquecemos que podemos aprender muito com eles. Vocês já notaram como eles fazem as pazes com um amiguinho muito rapidamente após se desentenderem? Vocês já notaram como eles se enturmam rápido com novas crianças ou como eles tão facilmente acham graça das situações mais cotidianas? Pois é. Assim são as crianças. Vejo tudo isso em minha filha. E penso: Ela, em sua inocência, alegria e inteligência é muito mais feliz que eu, com toda minha seriedade e preocupações de um adulto normal.
Espero que um dia eu e todos que leiam este texto, possam ser mais leves, menos estressados, menos ansiosos e assim, passar tudo isso para nossos filhos, para que eles tenham boas recordações de sua infância com nós. De pais que eram parceiros para rir, brincar, que educavam mas que valorizavam os pequenos momentos juntos.
Até a próxima.